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quinta-feira, 25 de abril, 2024
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O par de seis mais rápido do Brasil: Crespo mal virou as costas e Rogério Ceni já era apresentado no Morumbi

Um ídolo sempre será um escudo: para ele são entregues as esperanças e as chaves do vestiário. Não dá para negar que os dirigentes são velozes quando a situação lhes apresenta quase um xeque-mate no tabuleiro da temporada. Pois percebam as supersônicas manobras da diretoria são-paulina na tarde da última quarta-feira: o banco de reservas ainda estava quente das paletas de Hernán Crespo quando se soube que o ídolo Rogério Ceni estava chegando ao Morumbi. O futebol é dinâmico, sobretudo quando bate o desespero.
Desde o início, a passagem de Hernán Crespo pela casamata tricolor mostrou-se uma jogada de risco alto e aparentemente pouco calculado. Que, em pouco tempo, deu resultado superior ao de qualquer técnico que tenha passado pelo Morumbi na última década, afinal o grisalho treinador argentino, cuja maior credencial era um trabalho exitoso no Defensa y Justicia, interrompeu uma inconveniente seca de títulos que vinha desde a Copa Sul-Americana 2012 — ao vencer o Paulista desse ano também acabou com o jejum de dezesseis anos sem conquistar o Estadual.
Depois daquele súbito encantamento porteño, a coisa se transformou em uma corrida de táxi pelo centro de Buenos Aires, altas horas da madrugada, quando nem tudo acaba como imaginamos. O desempenho e os resultados da equipe desabaram, houve uma eliminação na Copa do Brasil na qual o São Paulo foi engolido pelo Fortaleza e nos últimos três jogos pelo Brasileiro nada mais que três empates contra cambaleantes adversários (Chapecoense, Santos e Cuiabá). Seria uma turbulência talvez passageira em um trabalho baseado na confiança e na crença de um futuro promissor, mas para o São Paulo, como vem sendo costume, assumiu ares de apocalipse.
Hernán Crespo e a mirada de quem divide corações.
Fellipe Lucena/saopaulofc
Não deu tempo nem de Crespo comprar uma media-luna no Aeroporto de Ezeiza e o clube paulista já anunciava para o seu lugar Rogério Ceni, que sabe exatamente quantos azulejos compõem as paredes do vestiário do Morumbi. A aposta no eterno ídolo, nome que os são-paulinos pensam uma vida antes de vaiar, é a investida mais segura para quem está suando com doze mangos numa mesa exclusiva e, com feições forçadamente altivas, deita na carpeta aquele par de seis. Um ídolo sempre será um escudo: para ele são entregues as esperanças e as chaves do vestiário; caberá a ele também absorver todas as críticas que muitas vezes miram a própria direção. Um possível fracasso será debitado na conta do destino, sempre tão perverso.
Há fortes evidências de que o São Paulo está à deriva. Nesse barco desgovernado oceano afora, Hernán Crespo fazia mais o papel de colete salva-vidas do que de tresloucado timoneiro. A própria montagem do elenco, ao mesmo tempo caríssimo e carente, deixa claro que o Morumbi se desprendeu da realidade — as condições de contrato com Daniel Alves poderia ser analisada com proprieade pelos especialistas em Titanic. Menos mal que os oceanos são vastos, e sempre haverá uma ilha localizada na décima posição da tabela para ancorar e esperar o ano acabar.
Footer blog Meia Encarnada Douglas Ceconello
Arte

Fonte: Globo Esporte

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