26.8 C
Campo Grande
sexta-feira, 19 de abril, 2024
- Publicidade -

Xavi apresenta seu 3-4-3 e um meio-campo dominante no Barcelona

Mesmo sem fazer gols, equipe catalã jogou bem e mostrou nova disposição tática com o treinador No jogo que ficou marcado pelo incrível gol que Seferovic perdeu, o Barcelona não conseguiu melhorar sua tabela na Liga dos Campeões com o empate por 0 a 0 com o Benfica, no Camp Nou, mas mostrou um futebol bem diferente de outras jornadas na competição.
Agora, a equipe catalã joga a vida contra o Bayern, fora de casa, pela última rodada da fase de grupos, no dia 08 de dezembro.
+ Jorge Jesus lamenta gol perdido contra Barcelona: “Em 30 anos como treinador, nunca vi isso”
+ Solução para a crise? Veja o que Xavi pode trazer ao Barcelona
+ Com Xavi, Barcelona promete retorno à filosofia tática do Jogo de Posição
Xavi Hernández Barcelona Espanyol
Reuters
Havia expectativa pela forma que o Barcelona se apresentaria, a ponto de Jorge Jesus dizer que o sistema do treinador não iria surpreender o Benfica. Afinal, foi apenas o segundo jogo de Xavi no comando do Barcelona, o que impede uma análise mais precisa pela comissão de análise de desempenho de JJ.
Pois Xavi não desapontou e mandou a campo um 3-4-3, como fez tantas vezes no Al-Sadd e como pretende manter em sua jornada no Barcelona.
Na escalação, apenas Jordi Alba era lateral de origem. Ele foi muito mais um ponta, posicionado no mesmo setor de Demir, do que lateral. Os dois ficavam sempre abertos e cortavam para o meio apenas na área do Benfica. A intenção era garantir amplitude – abrir ao máximo o campo – e deixar o centro para Busquets, De Jong, Depay e dois jovens promissores: Gavi e González. Veja na imagem.
O 3-4-3 do Barcelona de Xavi: meio-campo preenchido e lados bem ocupados
Reprodução
O 3-4-3 é um sistema muito associado ao Barcelona e toda sua filosofia. Johan Cruyff ganhou uma Liga dos Campeões assim. Pep Guardiola usava o esquema. A chave para entender o apreço é que ele facilita aquilo que é o ponto central do futebol pensado dentro do Barça: a geração de superioridades dentro do jogo.
A chamada superioridade nada mais é do que uma condição favorável ao jogador, como mais tempo para pensar, mais espaço em campo e até um posicionamento corporal que impeça um marcador próximo de anulá-lo.
Existem cinco tipos de superioridades: a numérica, a posicional, a qualitativa, a cinética e a sócio-emocional.
O meio-campo bem povoado do Barcelona conseguia criar vantagens numéricas e posicionais no Benfica. A equipe de Jorge Jesus entrou em campo num 5-2-3 bem definido. A linha de cinco defensores ficava alinhada, afastada da área e tentando empurrar o Barcelona para trás.
Só que era constantemente atacada por um movimento: o avanço de De Jong. Busquets ficava perto dos três zagueiros. De Jong avançava e chamava a marcação de João Mário e Weigl. Um, atraindo dois jogadores. Isso gerava espaço para Gavi receber a bola e rapidamente conectar Alba. Mesma coisa no outro lado, com o próprio Gavi circulando para receber e conectar Demir, um dos destaques do jogo.
Barcelona cria uma superioridade para Alba e Gavi
Reprodução
O 3-4-3 torna esse movimento mais fácil, uma vez que aproxima os meio-campistas capazes de realizar essa ação tática de fixar ou arrastar os volantes. E deixa os dois pontas – que podem ser Dembelé, que incendiou o jogo, e um dia já foi Messi ou Pedro – em outra vantagem: a cinética. Pois eles estão com o corpo posicionado para frente, correndo no espaço, contra um defensor de costas pro gol, olhando a bola.
Existia uma lógica no Barcelona para deformar a defesa de Jorge Jesus. Depay, que entrou como centroavante, muitas vezes recuava. Com isso, arrastava um zagueiro. Ao mesmo tempo, De Jong avançava e ocupava aquele espaço ali. É uma troca de papéis do que você leu acima. Com Gavi correndo, o Barcelona teria uma superioridade numérica: cinco, contra quatro defesas do Benfica.
Depay foi fundamental para povoar ainda mais o meio-campo
Reprodução
Quando um time mantém a mesma ideia de ocupação de espaço com nomes diferentes envolvidos em casa jogada, podemos constatar um padrão. Algo treinado, pensado pelo técnico e colocado a seus jogadores.
Xavi pode manter ou não o 3-4-3, mas o que valem aqui são ideias inegociáveis. Tome, como exemplo, a amplitude. Novamente, Depay faz o movimento de arrastar um zagueiro para quebrar a linha do Benfica. Demir se mantém aberto, ocupando o campo. Quando a bola volta a Busquets, ele começa a atacar um espaço. O Barcelona criou uma vantagem numérica na defesa do Barcelona, Demir criou uma vantagem qualitativa e cinética em seu setor.
Demir ataca espaço e gera novas superioridades ao Barcelona
Reprodução
Todo mundo vê o mesmo jogo, mas nem todo mundo tem os mesmos olhos para interpretá-lo. Criar superioridades e vantagens é a alma do Jogo de Posição, o que no fim, é uma forma de entender o fenômeno complexo que é o futebol, com qualquer técnico, ideia ou sistema.
Tanto que o 3-4-3 de Xavi virava um 5-3-2, que era pouco visto por conta da marcação alta do Barcelona e dos 66% de posse que o time teve.
O Barcelona tem uma missão difícil para não ficar pelo caminho, mesmo com os bávaros usando reservas e o Benfica com força máxima para cima do já eliminado Dínamo de Kiev. Mas já dá para perceber mudanças grandes na forma de jogo e nas intenções em campo com Xavi como treinador.
Me siga no Twitter
Me siga no Facebook
Me siga no Instagram

Fonte: Globo Esporte

Comentários do Facebook

Confira também

- Publicidade -

AS MAIS LIDAS

- Publicidade -
- Publicidade -