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sábado, 2 de agosto, 2025
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Sabotagem em Chicago

Matt Nagy desiste de criar jogadas para o seu ataque em jogo onde Justin Fields leva 9 sacks.
No último domingo, Chicago Bears (1-2) e Cleveland Browns (2-1) se enfrentaram no FirstEnergy Stadium em Cleveland, Ohio. A partida teve uma atenção grande da mídia aqui nos Estados Unidos já que Justin Fields, QB calouro escolhido pelos Bears na décima primeira escolha geral do Draft de 2021, ia ser o titular pela primeira vez devido à lesão sofrida por Andy Dalton na semana 2.
Justin Fields
Robin Alam/Icon Sportswire via Getty Images
‘Desde a derrota na primeira semana para o Los Angeles Rams, Matt Nagy, o head coach dos Bears, vem sofrendo muitas críticas por insistir com o quarterback veterano em vez de dar uma oportunidade a Justin Fields. O treinador segue firme com a opinião de que se Dalton estiver saudável, será ele o quarterback a entrar em campo. Essa teimosia de Nagy pode custar muito caro para o desenvolvimento do calouro, e isso se provou na partida contra os Browns.
Se foi falta de sabedoria ou sabotagem, é impossível ter certeza. Mas uma coisa é certa: todo mundo assistindo o confronto sabia que o plano de jogo de Chicago (se é que existiu algum) estava dando extremamente errado, e Matt Nagy se recusou a fazer qualquer ajuste. A tarefa mais importante que um treinador tem quando se trata de um quarterback novo é criar uma estratégia focada em fazer com que o calouro se sinta confortável em campo. Isso normalmente é feito à base de passes curtos, passes fora do pocket, ou, se o jogador for móvel, como é o caso de Justin Fields, corridas do próprio quarterback. O objetivo é fazer com que o jogador veja a bola sendo recebida, sinta que está ganhando jardas, e com isso ganhe confiança para entrar em ritmo de jogo e, eventualmente, fazer passes mais difíceis.
Matt Nagy fez exatamente o contrário. Além de usar combinações de rotas que foram criadas por uma criança jogando Madden, o head coach praticamente evitou ajudar a sua linha ofensiva (uma das mais fracas da liga) na proteção do Quarterback. Vale notar que essa linha ofensiva jogava contra uma das melhores linhas defensivas da NFL, que inclui Myles Garrett e Jadeveon Clowney, dois jogadores que foram a primeira escolha geral de seus respectivos drafts. Foram 29 jogadas dos Bears onde o objetivo era o passe e a linha ofensiva bloqueou sem ajuda alguma em 20 dessas jogadas. Apenas duas contaram com “max protection,” o que quer dizer que tanto o Tight End quanto o Running Back não correm rotas e ajudam na proteção do passe. Além disso, Matt Nagy só chamou 1 bootleg o jogo todo, jogada desenhada para o QB sair do pocket. Uma das maiores qualidades do Justin Fields é usar as pernas para improvisar quando uma jogada não dá certo. Quando você faz o jogador ficar dentro do pocket praticamente a partida inteira, ele não tem tanta oportunidade de usar o seu talento atlético.
Toda essa negligência de Matt Nagy acabou resultando em 9 sacks sofridos pelos Bears, 4,5 desses vindo só do Myles Garrett (recorde da história da franquia de Cleveland). Justin Fields sofreu pressão em mais de 60% dos passes e teve uma média de 0,78 segundo no pocket antes de sofrer pressão. Nenhum quarterback consegue jogar assim, nem mesmo Patrick Mahomes como foi visto no último Super Bowl. Ou Matt Nagy muda sua postura e começa a desenvolver um plano de crescimento para Justin Fields já, ou em breve teremos outra pessoa comandando o Chicago Bears.
Glossário
Sacks – Quando o quarterback é derrubado atrás da linha de scrimmage em uma jogada de passe.
Pocket – Espaço criado pela linha ofensiva protegendo o quarterback em uma jogada de passe.
Madden – Jogo de vídeo game da NFL

Fonte: Globo Esporte

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